PRETOS VELHOS
Salve os pretos velhos
(Adorei as almas)
Salve o Pai Antonio
Quem vem, quem vem lá de tão longe
É o Pai Antonio que vem trabalhar
Oi daí-me forças pelo amor de Deus meu pai
Oi daí-me forças pros trabalhos meus
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O meu Pai Antonio, o meu Pai Antonio, é Preto de fama
O meu Pai Antonio, ele vem de Aruanda
Eu tenho fé, na Virgem Maria, que o Pai Antonio vai ser o meu guia
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Quem é aquele velhinho que vem no caminho andando devagar
Com seu cachimbo na boca, soprando a fumaça e jogando pro ar
Ele é do cativeiro, ele é o Pai Antonio, ele é mandingueiro
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Salve o Pai Jaú
Lá vem Pai Jaú descendo a serra com sua sacola
e seu patuá, com seu rosário ele vem de Angola
Eu quero ver, eu quero ver Pai Jaú
filhos de pemba tem querer
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Salve o Pai Joaquim
Pai Joaquim vem de longe
Aos pés de nosso Senhor
Pretos, morreu no palanque
Oh meu Deus chorando lagrimas de dor
Salve a Estrela Matutina
Estrela matutina, clareia o mundo sem parar
Estrela que clareia os pretos-velhos e o terreiro de Iemanjá
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Salve São Cipriano
São Cipriano é quem manda nos pretos-velhos
São Cipriano manda os velhos trabalhar
orai meu pai, orai, oi venha ver os pretos-velhos trabalhar
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Salve Santo Antonio de Pemba
Santo Antonio de Pemba, caminhou sete anos
à procura de um amo, foi até que encontrou
Caminhou, caminhou ai como caminhou
Santo Antonio de Pemba ai como caminhou
Auê, auê quem que manda na terra auê
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Que coisa linda naquelas pedreiras
Eu vi o livro do meu pai Xangô, a minha mãe é
Nossa Senhora, mais o pai é Xangô Cao
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Preto Velho vem, vem de Aruanda
Firma seu ponto, com arruda e guiné
Lá na arunada ele não perde uma demanda
Lá na Aruanda, ele não perde a sua fé
O navio Negreiro chegou, carregados de pretos nagô
O navio parou, na beira do mar,
Vamos sarava nossa mãe Iemanjá
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Aonde é que os pretos-velhos moram
Aonde é que os pretos-velhos giram
Eles moram na beira do rio,
Onde o galo não canta e a cobra não pia.
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Meu São Benedito, olha a sua coroa.
Não deixes pelo amor de Deus,
ó meu pai seus filhos caírem a toa.
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Cambinas mamãe ê, cambinas mamãe â
Oi segura as cambinas que eu quero ver,
filhos de Umbanda não tem querer
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Oi daí-me forças Jesus de Nazaré
oi daí-me forças pra os trabalhos meus
dizem que a Umbanda tem mirongas,
se tem mirongas os pretos-velhos irão cortar
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Congos e Cambinas, todos vem pra trabalhar
Olha congo vem por terra
Cambinas vem pelo mar.
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A Umbanda é o caminho celestial divino do nosso Pai Ogum
Saravá Umbanda, saravá Jesus,
Cristo Nazareno que por nós morreu na cruz
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Eu vou pedir licença a Deus,
e a meio mundo eu vou rezar
Amei o céu, amei a lua,
Amei a terra, amei o mar.
Olhei pro céu e vi estrelas correr,
e nas pedreiras eu vi pedras rolar,
vi os pretos-velhos brincando lá na areia
Quando a sereia começou a cantarolar
e no seu canto ela sempre dizia,
Que só queria ter assa pra voar,
Pra ir ao céu, buscar a estrela que brilha
Pros pretos-velhos enfeitar nosso congá
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Quantas estrelas tem no céu,
Pretos-velhos já contou,
No rosário de Maria, meu Senhor
Pretos-velhos já orou.
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Meu cachimbo está no toco, manda moleque buscar
No alto da derrubada, meu cachimbo ficou lá
Que arruda tão bonita que vovô mandou arrancar
Mas não chores meu netinho que vovô manda plantar.
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Meu pai Oxalá é o rei, venha me valer.
O velho Omulu Atoto Abaluaê
Atoto Abaluaê, Atoto baba
Atoto Abaluaê, Atoto é Orixá
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Nessa casa tem quatro canto,
Cada canto tem seu santo,
Onde mora o cálice bento e o Divino Espírito Santo
Zum, zum, zum , olha lá Jesus quem é
Eu juro por Deus e as almas inimigo cai e eu fico em pé.
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Adorei as almas, as almas me atenderam
Foram as santas almas, lá do cruzeiro
Tem pena dele Benedito, tenha dó,
ele é filho de Zambi, São Benedito, tenha dó
Tem pena dele o Zambi, tenha dó ele é filho de Zambi o Zambi tenha dó
Vovó não quer casca de coco no terreiro
Pra não lembrar do tempo do cativeiro
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Pai Joaquim, cadê pai mané
Foi na mata apanhar guiné
Diga a ele que quando vier
Que suba as escadas sem bater o pé
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Pai Joaquim ê, ê
Pai Joaquim ê, á
Pai Joaquim é o rei da angola
Pai Joaquim é de angola, angola
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Quemquelê, quemquelê Xangô
Ele é filho da Cobra Coral
Olha preto esta trabalhando
Olha branco não esta olhando
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Um grito de liberdade
E a corrente se quebro
Um grito de liberdade
Um grito me acordo
Dentro de um canavial
Um negro se liberto
E La não tinha pra ele
Nem senzala nem senhor
E La não tinha pra ele
Nem chibata e nem feitor
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Nega, Cambinda, que fala nagô
Oh, negra da costa mina, filha de Babalaô
É na Umbanda ê ê
É na Umbanda ê á
Nega pula, Nega dança
Na batido do tambor
Nega toma sua marafo
Saravá meu Pai Xangô
Navio negreiro no fundo do mar,
correntes pesadas na areia a arrastar
e a negra escrava se pos a cantar
saravá minha mãe Iemanjá
Virou a caçamba de fundo pro mar,
Virou a caçamba de fundo pro mar
e quem me salvou, foi mãe Iemanjá
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Oi corre gira meu pai,
oi corre gira
a gente pede pra almas, as almas pedem pros anjos
os anjos pedem a Deus, a caridade.
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Eu estava perambulando sem ter nada pra fazer
Eu pedi as sete almas para vir me socorrer
Foi as almas que me ajudou, foi as almas que me ajudou
E o divino Espírito Santo, viva Deus nosso Senhor
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Olha a saia da Vovó
È De um babado só
Vó Maria Baiana tinha sete filhos,
Todos os sete queriam comer
Mexe, remexe, mexe remexe, pra render.
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Vovó não quer casca de coco no terreiro
Pra não lembrar do tempo do cativeiro
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Aruanda e longe e ninguém vai La
Aruanda e longe e ninguém vai La
E so os pretos velhos
Que vão La e torna a voltar
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Que fumaça cheirosa vovo sai do seu cachimbo
Que fumaça cheirosa vovo sai do seu cachimbo
Não sei se e arruda vovo ou manjericão
So sei que essa fumaça vovo faz bem ao meu coração
Meu pai Antonio de angola
Protetor bondoso guia
Ele traz no patuá o feitiço da Bahia
Que fumaça cheirosa vovo sai do seu cachimbo
Que fumaça cheirosa vovo sai do seu cachimbo
Não sei se e arruda vovo ou manjericão
So sei que essa fumaça vovo faz bem ao meu coração
Em quanto a senzala durmia sua oração fazia
Em quanto a senzala durmia sua oraçao fazia
Ajoelhado pedia clemência a Jesus ea virgem Maria
Que fumaça cheirosa vovo sai do seu cachimbo
Que fumaça cheirosa vovo sai do seu cachimbo
Não sei se e arruda vovo ou manjericão
So sei que essa fumaça vovo faz bem ao meu coração
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São Benedito a sua casa cheira
São Benedito a sua casa cheira
Cheira cravo cheira rosa
Cheira flor de laranjeira
Cheira cravo cheira rosa
Cheira flor de laranjeira
Abre essa porta pra seus filhos entrar
Abre essa porta pra seus filhos entrar
Abre a porta do céu
Deixa as almas trabalhar
Abre aporta do céu
Deixa as almas trabalha
Preto na senzala bateu sua caixa
deu viva ia ia
Preto na senzala bateu sua caixa
deu viva io io
Viva ia ia
Viva io io
Viva Nossa Senhora cativeiro acabou
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Pai Afonso Feitiçeiro
No tempo da escravidão
Quando alguém batia nele
Quem sentia era o patrão.
Subida dos Preto-Velhos
Pai Antonio já vai cruzar, seus filhos com guiné
Lá na Aruanda ele saúda a sua banda
Aqui na terra vem saudar filhos de fé
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Lá vai o preto-velho, subindo pro céu,
E Nossa Senhora cobrindo com o véu
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Maré, maré, oi quem tem pemba joga fora,
Maré, maré, os pretos-velhos vão embora maré, maré
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O sino da igrejinha já bateu seis horas
O sino da igrejinha já bateu seis horas
Preto velho se despede diga adeus
E vai se embora
Preto velho se despede diga adeus
E vai se embora
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Preto velho já vai cruzar seus filhos com guine
Preto velho já vai cruzar seus filhos com guine
La na aruanda onde canta a juriti
Preto velho vai embora
Deixa seu médium aqui
La na aruanda onde canta a juriti
Preto velho vai embora
Deixa seu médium aqui